segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Insônia


Noite cruel aquela. Ela virava de um lado para o outro na cama: “Por que? Por que?”. Não queria abrir os olhos, tinha medo de demorar mais pra dormir. Tic-tac. Tic-tac. As passadas do relógio eram lentas. Muito cruel. Que tortura. Tic-tac. Desistiu. Abriu os olhos, viu no celular: duas horas e trinta e sete minutos. “Merda, tenho que acordar cedo. Dorme! Dorme!” Vira mais um pouco. “Não é possível, estou deitada desde as dez.”. Se mexe. “Será que foi certo? A quem eu quero enganar?! Que droga! Foi errado, tenho certeza! Será que eu deveria...? Não, chega, não. Não dá mais pra mudar o passado. Melhor parar de pensar nisso.” E deixou o pensamento voar. Nossa, quantas falsas lembranças. Quantas tardes lindas de sol ela não viveu, quantas não viverá. Parece que passou um bom tempo enquanto ela criava suas realidades distantes. “Será que dormi? Já amanheceu?” E abriu os olhos de novo, acendeu as luzes de seu relógio de pulso: duas horas e cinquenta e um minutos.

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