quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Inerme

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Saiu de lá correndo, como se correr fosse transportá-la ao outro lado do mundo. Então era isso, tudo que sua mente tinha medo de supor, de repente se tornou realidade. Mas... Por quê? Tudo que ela achava que era verdadeiro era só uma grande fantasia feliz, uma grande e articulada farsa feliz.
Agora eu podia ver seu rosto exorto em pensamentos, em relances, insights.
Finalmente em seu refúgio, seu pulmão havia funcionado de novo, seus olhos saíram do grande vazio para se afogar em um mar de lágrimas que não podiam cair, ela não queria que caíssem, sentia como uma amostra de fraqueza.
Fraqueza. O último dos sentimentos que naquele instante ainda não sentia e não queria sentir.
Uma lágrima. Uma única lágrima que se desfez ao contato do tecido. Era a última, aquilo era uma promessa que ansiava em ser cumprida.

Levantou-se, respirou bem fundo, tentou abater toda aquela multidão de pensamentos, um por um, até que se desfizessem por completo. Estava pronta para mais uma batalha, só um pouco ferida.
*Inerme: indefeso, desarmado.
                                                               Betina Suziellen

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